Em MOC, mãe de criança acidentada em Cemei denuncia negligência

Márcia Vieira

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A ausência do auxiliar de docência e negligência do município no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Professora Cida Chelone, em Montes Claros, localizado no bairro Jaraguá II, teria sido o motivo de uma ocorrência com uma criança de quatro anos, neste início de semana.

Ana Paula Medeiros, mãe de Gabriel Medeiros, relatou que recebeu uma ligação da escola informando sobre um acidente que provocou “pequenos ferimentos” na boca do filho. Ao chegar ao local, percebeu que Gabriel havia perdido quatro dentes pela raiz, teve um traumatismo bucal e estava com as vestes sujas de sangue. Diante da gravidade da situação, Ana Paula registrou um boletim de ocorrência na 145° unidade de polícia do bairro Esplanada, configurado como “possível acidente em educandário”. No boletim consta ainda a informação de que ela não teve apoio. 

Gabriel tem o Transtorno de Espectro Autista (TEA) nível 3 e ainda não tem uma auxiliar de docência para acompanhá-lo. “Ele fica com a professora que estiver desocupada no momento”, reclama a mãe que não planeja retornar com o filho para a mesma escola. No boletim consta a informação de que a mãe conversou com a supervisora do Cemei, que não teria oferecido nenhum suporte ou assistência posterior ao ocorrido. Ana Paula se deslocou com o filho até o posto de saúde do bairro Village do Lago, onde recebeu atendimento preliminar. Em seguida, procurou um dentista que constatou a fratura bucal. A mãe diz que a secretaria de educação constantemente afirmava estar em andamento a contratação de um auxiliar, mas até o momento isso não aconteceu. A criança foi levada para um hospital da cidade e há suspeita de fratura óssea.

“Quero apenas que alguém seja responsabilizado. Disseram que ele estava brincando e caiu de boca no chão. Como uma criança autista cai numa escola com essa gravidade? O que estavam fazendo? Por que ele não tem nenhum hematoma além das fraturas na boca?”, questiona Ana Paula. 

O autista e ativista Isaque Emanuel, que atua em um grupo de apoio às mães no WhatsApp, disse que “a mãe solicitou esse professor auxiliar no dia 27 de maio e até agora não foi atendida. Ele é nível três de suporte, nível mais alto, e ainda é não verbal, ou seja, não sabe expressar o que está sentindo”, contou Isaque.

O vereador Daniel Dias, presidente da Comissão de Educação da Câmara, destacou que está cobrando incansavelmente da prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação a contratação de novos funcionários para atuar na área. “Alguns profissionais que aceitaram as vagas ainda não fizeram a perícia médica e estão aguardando a contratação. É preciso agilizar este processo”, declarou. 

A assessoria de comunicação da prefeitura foi contatada para comentar a situação, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

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