Em MOC, logística desafia campanha de vacinação

Pais reclamaram da falta do imunizante contra a poliomielite no bairro Major Prates

Márcia Vieira

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 vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) planeja atingir a meta de vacinar 95% das crianças com menos de cinco anos até o dia 14 de junho, data estipulada para o encerramento da campanha. A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) repassou aos 54 municípios da sua jurisdição 17,4 mil doses.

De acordo com Agna Menezes, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS), o “Dia D” de mobilização nacional vai ser em 8 de junho e essa estratégia de vacinação é muito importante para reduzir o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil. 

“Na última avaliação do ministério em 2023, o Estado apresentava uma cobertura de 87,5% com relação à pólio, enquanto o que é estabelecido pelo Ministério da Saúde é uma cobertura mínima de 95%. Nossa orientação é que os municípios se organizem para aumentar essa cobertura. Façam parcerias com escolas, com líderes comunitários, que façam a vacinação extramuros, fora das salas de vacinas, e facilitem também o acesso às salas de vacina com horário estendido, vacinação aos sábados e horário de almoço”, explica Agna.

No município, entretanto, não foi o que aconteceu. Na unidade de saúde do Major Prates, quem chegou às 11h nessa quarta-feira (29) para se vacinar, não encontrou o imunizante. 

Jéssica Patrícia Ornelas foi ao posto do Major Prates pela manhã buscar a vacina para dois dos filhos, Luana, de um ano e cinco meses, e Heitor, de quatro anos. “A vacina traz tranquilidade para a gente acordar todo dia e saber que estão crescendo com saúde. Mantenho o cartão deles atualizado”, disse. 

Já Gabriela Pereira não teve a mesma sorte. “Ela tem três anos. Já saí da escolinha e vim direto. Mas está em falta. Disseram que a vacina acabou. Vou voltar semana que vem para ver se já chegou”, disse a mãe. 

A pediatra Oriana Vieira Carneiro Brant destaca que houve uma diminuição na cobertura vacinal das crianças em relação à prevenção da paralisia infantil. “A transmissão pelo poliovírus se dá por contato com saliva de pessoa infectada por uma pessoa saudável. Esse vírus pode estar no ar e, quando você não tem uma cobertura vacinal adequada, casos novos podem voltar a aparecer entre as nossas crianças”, explica.  
 
Em contato com a Regional de Saúde foi informado que a vacina continua disponível na rede. Foi sugerido que o município deve solicitar a reposição ainda hoje. Quanto ao fechamento das unidades, essa medida contraria a orientação do Estado. Entramos em contato com Aline Lara, diretora de vigilância do município, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.

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